O deputado Adalto Santos apresentou cartilha sobre educação sexual aos colegas em sessão da Assembleia. Foto: Roberto Soares/Assembleia Legisltiva. |
O objetivo de Adaldo Santos é que esse tipo de conteúdo seja analisado pelo Legislativo para que algumas questões sejam filtradas. "Precisamos fechar as portas para a promiscuidade", argumentou o deputado, lembrando que "ensinar é prevenir e não empurrar a criança para a prostituição". Até a próxima terça-feira (20), o documento será encaminhado ao governo do estado.
A proposta surgiu depois que Adalto Santos teve acesso ao livreto "Conversando e Descobrindo: a criança e a sexualidade (2006)", do Ministério da Saúde e da Prefeitura de Embu, em São Paulo. Ao longo das páginas, há descrição sobre os órgãos sexuais masculino e feminino e de como acontecem as relações sexuais com ilustrações. Para o deputado socialista, o conteúdo do livreto tem uma linguagem "chula" e inadequada para crianças. A cartilha, voltada para crianças de 10 e 11 anos, não é distribuída no estado.
"O medo é que esse tipo de cartilha seja distribuído nas instituições de ensino de Pernambuco juntamente com o material didático obrigatório", explicou Adalto Santos. O assunto já foi discutido no plenário da Assembleia, levado por Adalto, que recebeu a solidariedade dos colegas Cleiton Collins (PSC), Ossésio Silva (PRB) e Odacy Amorim (PT). Segundo o socialista, não houve sinalização de nenhum legislador contra o encaminhamento do documento ao governo.
A presidente da Comissão de Educação e Cultura, Teresa Leitão (PT), não quis se posicionar sobre o tema. Ela pediu que Adalto Santos lhe entregasse um exemplar da cartilha e vai debater o assunto depois de analisar o material.
Em Pernambuco
A educação sexual é trabalhada nas escolas públicas através do programa nacional "Saúde na Escola", dos ministérios da Saúde e da Educação em parceria com as secretarias estaduais e municipais em todo país. A coordenadora do programa da Secretaria estadual de Saúde, Patrícia Carneiro, disse que o material didático referente ao projeto é distribuído diretamente aos municípios e o conteúdo aborda assuntos diversos como nutrição, direitos humanos, uso de drogas, inclusive sexualidade e reprodução.
O Saúde na Escola, de acordo com Patrícia, tem início no começo do ano e segue até o fim do período letivo. "São realizadas semanas temáticas nas escolas e o material com sugestão de atividades é enviado para cada bloco específico", explicou.
Em 2010, o livro "Mamãe, como eu nasci?”, distribuído nas escolas públicas do Recife, provocou polêmica na Câmara de Vereadores. A publicação fazia parte de um kit escolar entregue a alunos de 6 a 10 anos da rede municipal de ensino. O vereador André Ferreira (PMDB) chegou a pedir o recolhimento dos exemplares sob a alegação de que caberia à família e não ao Poder Público educar sexualmente os filhos. O deputado Adalto Santos lembrou o episódio e fez comparações entre as duas cartilhas. "Aquela distribuída no governo de João da Costa também era ruim, mas não tinha linguagem tão baixa".
FONTE:
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2013/08/17/interna_politica,456671/deputados-pedem-que-cartilhas-com-orientacao-sexual-passem-pelo-crivo-da-assembleia.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário